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Channel: BiBó PoRtO, carago!!
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Porto - que orgulho me despertas no coração!

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http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

No Sábado sagrámo-nos Campeões Nacionais invictos, com a maior distância de sempre para o segundo classificado. Na Quarta fomos à terra da cerveja e dos duendes reclamar o nosso sétimo título internacional, o quarto em apenas oito anos. Somos verdadeiramente o orgulho de Portugal. Ou, como coloca o Pedro Marques Lopes, somos a vergonha de quem prefere um Portugal sujo, miserável, derrotado e coitadinho, tão claramente reflectido naquele que é, hoje como ontem, o clube do regime, que até viu recentemente um dos seus mais venerados jogadores pedir ajuda aos árbitros em directo na TV. Que orgulho tudo isto me desperta no coração!

Que orgulho me despertou no coração ver Portistas e Bracarenses pelas ruas de Dublin em saudável confraternização, sem qualquer tipo de problemas ou escaramuças. Em português do Norte nos entendemos, carago! E que orgulho me despertou no coração ver os adeptos do Braga a aplaudir a equipa do Porto e os adeptos do Porto a aplaudir a equipa do Braga após um jogo leal e bem disputado, que coroou os justos vencedores e enobreceu os vencidos. Quem visse isto até era capaz de duvidar da verdade estabelecida em terras lusas de que os arruaceiros do Norte são os únicos e exclusivos responsáveis pela violência no futebol português.

Que orgulho me despertou no coração ver, entre Terça e Sexta-feira, nos cinco aeroportos europeus por onde passei, bravos de camisola e cachecol azuis e brancos a tentar dormir como pudessem, encostados a paredes e enrolados em casacos, com a mochila a fazer de almofada, para ver e apoiar o nosso mágico Porto. Mas que vergonha me despertou no coração a forma como os responsáveis do nosso clube geriram os bilhetes e as viagens, sem qualquer respeito pelos adeptos e sem qualquer transparência quanto ao número de bilhetes de cada categoria vendido nas bilheteiras físicas e online e cedido a parceiros, casas, agências, etc.. A especulação que o clube permitiu (e na qual tomou parte, via Dragon Tour) é moralmente inaceitável, em particular na fragilíssima situação económica que o país e a região atravessam; além disso, ao impedir muitos adeptos de se deslocarem a Dublin, prejudica gravemente a imagem do clube, já que o estádio nem sequer encheu e ainda tiveram que ser oferecidos bilhetes a irlandeses. Justo e correcto seria que o Dragon Tour servisse para transportar os adeptos da forma mais económica e confortável possível, para que o clube tivesse o máximo apoio e cimentasse a sua imagem de grande clube europeu, que desloca muitos milhares de adeptos, em vez de servir como oportunidade de encher os bolsos – do clube e, ainda pior, alheios.

Mas que orgulho me despertou no coração ver, apesar disso, uma enorme parte do Aviva Stadium pintada de azul, com gente que fez enormes sacrifícios financeiros, pessoais e profissionais para estar ali. E que orgulho me despertou no coração a forma como essa gente se entregou de corpo e alma aos onze guerreiros que os representavam no relvado, vivendo o grande remate do Hulk, o cruzamento certeiro do Guarin, a cabeçada vitoriosa do Falcão, a defesa impossível do Helton como se nada mais existisse no mundo. E explodindo ao apito final numa alegria pura de criança!

Que orgulho me despertou no coração ver os festejos dos jogadores e equipa técnica, e sobretudo do Villas-Boas, o treinador mais jovem a vencer uma competição europeia. O gajo é Portista como nós, e dizer isto é dizer tudo.

Que orgulho me despertou no coração ouvir, no final do jogo, um segurança do estádio vir dar-nos os parabéns pela empatia existente entre equipa e adeptos do FCP, visível aquando da entrada dos jogadores, que, ao contrário dos do Braga, corresponderam aos aplausos dos adeptos aplaudindo de volta e batendo nos vidros da camioneta. E que orgulho me despertou no coração ver os jogadores fazerem exactamente isso quando, depois de mais de uma hora ao frio, cansados e cheios de fome, os saudámos à saída do estádio.

Que orgulho me despertou no coração saber que houve um grupo de adeptos, do qual infelizmente não fiz parte, que voou de Dublin directamente para Barcelona, de onde seguiu para Andorra para apoiar a nossa grande equipa de hóquei na Final 8 da Liga dos Campeões. E que orgulho me despertou no coração a forma extraordinária como essa equipa se bateu ontem e hoje, abandonando a competição de forma injusta e difícil de aceitar. Mas que orgulho me desperta no coração saber que neste clube também caímos, mas imediatamente nos levantamos. E ainda há muito para ganhar esta época.

Que orgulho me desperta no coração saber que, de 15 em 15 dias, há quem dispense alguns minutos do seu tempo para ler as linhas que aqui vos escrevo. E que orgulho me desperta no coração saber que convosco partilho todo este orgulho e este amor por um clube que é muito mais do que um clube!

Até Domingo, no Jamor!

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