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Channel: BiBó PoRtO, carago!!
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As vitórias são nossas, só nossas

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http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

Eu de pré-épocas só falo no fim do campeonato. É uma mania minha, pronto. Não quero saber de vedetas de primeiras páginas de jornais, são-me absolutamente indiferentes os rapazes que chegam e dizem que são dos clubes desde pequeninos, dá-me comichão ler os relatos da esplêndida forma do jogador x e da fome de bola do y, desprezo os veranegios e os guadianas. Quero que se lixe. Quando começar o futebol a sério os jogadores do meu clube são excelentes até prova em contrário, o meu treinador é um génio até que disparate.

Não, não sou daqueles que se abstém de criticar os seus. Um rapaz que tenha a honra de vestir a mais sagrada camisola tem de ser o melhor, o mais honrado, o mais lutador. Não sou ceguinho, nem tenho por hábito dizer bem porque sim. Se não formos exigentes com os nossos, com quem seremos?

Mas criticar não é sinónimo de desrespeitar. Longe disso. O Mariano Gonzalez foi um dos maiores flops futebolísticos dos últimos tempos, mas saiu pela porta grande. Enquanto envergou o nosso jersey, honrou-o. Não foi capaz de melhor, pronto. Lutou, fez o melhor que podia mas, claramente, não tinha as capacidades físicas ou psicológicas para jogar pelo nosso clube. Por outro lado, um garoto que teve a sorte de treinar o nosso clube, tinha excelentes qualidades mas não respeitou a nossa casa. E no fim, quando se fazem as contas, fica na nossa memória quem nos amou e não quem nos desprezou.

Nenhum deles, porém, levou os campeonatos e as taças. Os títulos são nossos, não são de mais ninguém. Nas taças está o nome que também está escrito no nosso peito: Futebol Clube do Porto. Mais nenhum. Nem de jogadores, nem de treinadores, nem de dirigentes.

É na nossa casa que estão os troféus, ali entre a mesa de jantar e a escrivaninha. Somos nós os vencedores, somos nós os orgulhosos proprietários dos títulos. Choramos com as derrotas e cantamos com as vitórias, ninguém nos tira as nossas lágrimas e as nossas alegrias. São nossas, só nossas. Debaixo do nome do nosso clube está o nome do Lucho (o escriba), da Mafaldinha, do Domingos (o meu filho), do Sebastião, do bLuE bOy, do Antas, do Dragon Soul, do Rocha, do Tripeiro, do Saraiva, do Azul Forte e de tantos, tantos outros, que tiveram a sorte de ter nascido com o sangue duma só cor: azul e branco. Obrigadinho a quem nos serviu, mas não partilhamos as nossas vitórias com ninguém.

É por essas e por outras que eu e todos os portistas temos o direito e mesmo o dever de criticar. Ás vezes há quem não entenda que quando criticamos este ou aquele jogador, este ou aquele treinador estamos a fazer exactamente isso: a criticar um jogador ou um treinador. Nunca mas nunca a nossa mais profunda paixão. É verdade, o amor pode ser traiçoeiro. Tantas vezes somos encandeados por essa luz, mas não nos interpretem mal que nos ofendem. Seremos sempre os primeiros a dar a mão à palmatória se formos injustos.

Nós podemos falar do que é nosso, nós somos Porto. O resto não interessa.

ps - não vou maçar até dia 15 de Agosto. Nessa altura já teremos conversa para pôr em dia. Boas férias!

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