http://bibo-porto-carago.blogspot.com/
Cá estamos então na season a que chamam silly. Silly é idiota, tonta, pateta. Nada idiota foi quem lhe deu esse nome (ou quem o aplicou ao desporto), pois trata-se realmente de uma altura do ano em que é especialmente patética a forma como a comunicação social se expõe ao ridículo, abandonando qualquer vestígio de jornalismo para se entregar à especulação, ao palpite e, não duvido, em dias especialmente parados, ao tarot ou à quiromancia. Sinceramente, tento não prestar atenção. Nem a quem supostamente vai sair, nem a quem supostamente vai entrar. Para mim, só importa quando está preto no branco - ou melhor, azul no branco. Nessa altura, a quem vai boa sorte, a quem fica ou a quem entra toda a minha lealdade e todo o meu apoio. É tão simples quanto isso.
Mas demos um desconto aos pasquins: não fosse a especulação sobre transferências e pouco ou nada haveria sobre que escrever no defeso. Não há notícias, não há competição, não há emoção, os jogadores vão todos de férias, quando voltam refugiam-se em estágios no estrangeiro e nada se passa de particularmente relevante para além do mercado. Para quem gosta de desporto, a pré-época é uma parte um bocadinho aborrecida do ano. Tenho, porém, que vos confessar uma coisa: apesar de sentir falta da competição, do estádio, do pavilhão, também me sabe bem este bocadinho de tranquilidade. Não andar nervosa nem ansiosa e poder marcar compromissos para o fim-de-semana sem receio de ter que os desmarcar por causa de um jogo são pequenos privilégios de que só consigo gozar nestes dois mesitos por ano. Mas a certa altura, também tenho que confessar, começo a ressacar. Começo mesmo a sentir a falta de ver a bola rolar, de vibrar, de estar entre os meus a celebrar o nosso amor a este clube que é a nossa vida. Está a começar a chegar essa altura.
A nova época entra de fininho. Começa com joguinhos de xaxa contra equipas amadoras, com a qualidade dos adversários a aumentar progressivamente com o passar do tempo. É uma fase de recuperação, de experimentação, de tentativa e erro, de tudo aquilo que não queremos que aconteça durante a época, mas que por vezes acontece. Por isso é que a silly season é nossa amiga, e por isso é que temos que ter paciência e aprender a apreciá-la, a desfrutar dos jogos com este ambiente descontraído, confiando que o treinador e a equipa estão a aproveitar bem esta fase e a identificar e corrigir muitos dos erros e problemas que possam existir.
No fim de Julho chega o ponto alto da pré-época: a cerimónia de apresentação da equipa, em que todos nos juntamos em verdadeira festa para saudar os nossos novos heróis e vê-los jogar ao vivo pela primeira vez na nova época. Pelo estádio vai-se ouvindo aqui e ali aquela mistura curiosa de português e francês que caracteriza o discurso dos nossos emigrantes; de regresso temporário a casa, aproveitam também eles para matar as saudades do seu e nosso clube, que foram acumulando no peito ao longo de meses ou anos de distância. Toda a gente a divertir-se genuinamente, a tirar fotografias, a mostrar o estádio às crianças, quem sabe pela primeira vez! E por falar em crianças, e em primeira vez, não consigo deixar de imaginar o que irá pela cabeça dos nossos reforços, especialmente dos mais novos e menos experientes, quando pisam o relvado do Dragão pela primeira vez e ouvem o estrondoso rugido da multidão que os abraça... Até eu me arrepio!
A apresentação da equipa é para mim uma noite de atmosfera ímpar, até pela já tradicional dança do Dragão e pelo ambiente informal e lúdico que já nos permitiu ver os jogadores a aparecerem mascarados ou o Baía a jogar a avançado. Tenho por isso que admitir que gostava mais da apresentação quando incluía um jogo de Porto contra Porto, em que festejávamos os golos dos dois lados e nos ríamos das brincadeiras dos jogadores. Desta vez, no entanto, não me importo que tenha sido convidado um adversário, pois não se trata de um adversário qualquer. Desta vez jogaremos com o Penãrol, o que inevitavelmente nos transportará a mente para o mágico nevão de 1987 – mesmo daqueles que não o viveram ou não se recordam dele pela memória convencional. Mas a memória colectiva é o verdadeiro tesouro de qualquer clube, e é ela quem vai impor o fuso-horário de Tóquio por 90 minutos dos torniquetes do Dragão para dentro. E, como em 1987, a sensivelmente um mês do jogo que atribui a Supertaça Europeia. Bom prenúncio?
Enquanto esperamos por esse pontapé de saída, vamos acompanhando os jogos de preparação que nos chegam e virando pachorrentamente as páginas dos jornais, com sorte numa bela e soalheira esplanada, à procura de notícias que nos estimulem os sentidos - no bom sentido :) E felizmente temos estado bem servidos. Do patrocínio para o Museu às novidades sobre o Porto Canal (tenho grandes, gigantes, enormes expectativas!), dos reforços para o futebol à renovação com os pilares do hóquei, passando pela contratação de uma jovem e promissora lutadora de boxe, não nos têm faltado motivos para sorrir enquanto aguardamos a competição a sério. E não nos preocupemos – não tarda nada cá está ela para nos voltar a pôr à prova o músculo cardíaco!
E eu, da minha cadeira de sonho, a contribuir com a minha alma e a minha voz para mais uma temporada de glória! Vemo-nos por lá... porque ficar em casa é para meninos!! :P
Mas demos um desconto aos pasquins: não fosse a especulação sobre transferências e pouco ou nada haveria sobre que escrever no defeso. Não há notícias, não há competição, não há emoção, os jogadores vão todos de férias, quando voltam refugiam-se em estágios no estrangeiro e nada se passa de particularmente relevante para além do mercado. Para quem gosta de desporto, a pré-época é uma parte um bocadinho aborrecida do ano. Tenho, porém, que vos confessar uma coisa: apesar de sentir falta da competição, do estádio, do pavilhão, também me sabe bem este bocadinho de tranquilidade. Não andar nervosa nem ansiosa e poder marcar compromissos para o fim-de-semana sem receio de ter que os desmarcar por causa de um jogo são pequenos privilégios de que só consigo gozar nestes dois mesitos por ano. Mas a certa altura, também tenho que confessar, começo a ressacar. Começo mesmo a sentir a falta de ver a bola rolar, de vibrar, de estar entre os meus a celebrar o nosso amor a este clube que é a nossa vida. Está a começar a chegar essa altura.
A nova época entra de fininho. Começa com joguinhos de xaxa contra equipas amadoras, com a qualidade dos adversários a aumentar progressivamente com o passar do tempo. É uma fase de recuperação, de experimentação, de tentativa e erro, de tudo aquilo que não queremos que aconteça durante a época, mas que por vezes acontece. Por isso é que a silly season é nossa amiga, e por isso é que temos que ter paciência e aprender a apreciá-la, a desfrutar dos jogos com este ambiente descontraído, confiando que o treinador e a equipa estão a aproveitar bem esta fase e a identificar e corrigir muitos dos erros e problemas que possam existir.

A apresentação da equipa é para mim uma noite de atmosfera ímpar, até pela já tradicional dança do Dragão e pelo ambiente informal e lúdico que já nos permitiu ver os jogadores a aparecerem mascarados ou o Baía a jogar a avançado. Tenho por isso que admitir que gostava mais da apresentação quando incluía um jogo de Porto contra Porto, em que festejávamos os golos dos dois lados e nos ríamos das brincadeiras dos jogadores. Desta vez, no entanto, não me importo que tenha sido convidado um adversário, pois não se trata de um adversário qualquer. Desta vez jogaremos com o Penãrol, o que inevitavelmente nos transportará a mente para o mágico nevão de 1987 – mesmo daqueles que não o viveram ou não se recordam dele pela memória convencional. Mas a memória colectiva é o verdadeiro tesouro de qualquer clube, e é ela quem vai impor o fuso-horário de Tóquio por 90 minutos dos torniquetes do Dragão para dentro. E, como em 1987, a sensivelmente um mês do jogo que atribui a Supertaça Europeia. Bom prenúncio?
Enquanto esperamos por esse pontapé de saída, vamos acompanhando os jogos de preparação que nos chegam e virando pachorrentamente as páginas dos jornais, com sorte numa bela e soalheira esplanada, à procura de notícias que nos estimulem os sentidos - no bom sentido :) E felizmente temos estado bem servidos. Do patrocínio para o Museu às novidades sobre o Porto Canal (tenho grandes, gigantes, enormes expectativas!), dos reforços para o futebol à renovação com os pilares do hóquei, passando pela contratação de uma jovem e promissora lutadora de boxe, não nos têm faltado motivos para sorrir enquanto aguardamos a competição a sério. E não nos preocupemos – não tarda nada cá está ela para nos voltar a pôr à prova o músculo cardíaco!
E eu, da minha cadeira de sonho, a contribuir com a minha alma e a minha voz para mais uma temporada de glória! Vemo-nos por lá... porque ficar em casa é para meninos!! :P