Quantcast
Channel: BiBó PoRtO, carago!!
Viewing all articles
Browse latest Browse all 7187

O pontapé (na crise) que faltava?

$
0
0
http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

Shakhtar Donetsk 0-2 FC Porto

UEFA Champions League, Grupo G, 5ª jornada
23 de Novembro de 2011
Donbass Arena, em Donetsk.
Assistência: 3275 espectadores.


Árbitro: Craig Thomson (Escócia).
Assistentes: Alasdair Ross e Derek Rose.
Assistentes adicionais: Steven McLean e Stephen O'Reilly.

SHAKHTAR DONETSK: Rybka, Kobin, Kusher, Rakitskiy e Rat; Hubschman e Fernandinho; Eduardo, Mkhitaryan e Willian; Luiz Adriano.
Substituições: Eduardo da Silva por Jadson (59m), Willian por Alex Teixeira (69m), Kobin por Douglas Costa (87m).
Não utilizados: Tetenko, Gai e Chyzhov.
Treinador: Mircea Lucescu.

FC PORTO: Helton; Maicon, Otamendi, Rolando e Alvaro Pereira; Fernando, Defour e João Moutinho; Djalma, Hulk e James Rodríguez.
Substituições: Djalma por Cristian Rodriguez (73m), James por Varela (81m), Defour por Souza (88m).
Não utilizados: Bracali, Fucile e Kléber.
Treinador: Vítor Pereira.

Ao intervalo: 0-0

Marcadores: Hulk 79m; Rat 90m (pb).

Disciplina: James Rodriguez 35m, Eduardo da Silva 50m; Jadson 65m; Kobin 75m.

Numa partida em que entrava obrigado a ganhar para tentar manter intactas as suas aspirações a continuar na prova rainha da UEFA, o FC Porto entrou com algumas alterações, nomeadamente Djalma e Defour, substituindo Kléber e Belluschi. Com isto, Vítor Pereira parecia admitir definitivamente que a sua estratégia de pressing constante não está a dar os frutos desejados e escalou um onze de maior contenção - em 4x2x3x1 -, com João Moutinho a par de Fernando, Djalma e James nas alas e Defour atrás de Hulk, que partia de uma posição mais central e avançada.

O encontro quase não poderia ter começado pior. Ainda o primeiro minuto não se tinha esgotado e já o Shakhtar criava uma situação de enorme perigo. Como habitualmente, a zona imediatamente à frente dos centrais permanecia desprotegida, com Fernando e Moutinho a não conseguirem cobrir atempadamente as movimentações. Por seu turno, a equipa ucraniana fazia a sua parte para criar e aprofundar esse buraco, com Luiz Adriano a arrastar sempre Otamendi e Rolando para fora das suas posições, permitindo a entrada de Mkhiratyan, o "10" do Shakhtar.

Os azuis e brancos responderam com um passe longo na diagonal de Álvaro Pereira para Hulk, tendo este criado bastante perigo para a baliza de Rybka. Aos 10', os ucranianos voltavam a deixar a nu as dificuldades de acompanhamento dos movimentos de Mkhiratyan e, aos 15', a bola chegou mesmo a embater no poste, depois de mais um exemplo da falta de rotinas de Maicon na posição de lateral-direito, deixando sempre imenso espaço entre si e o central do seu lado.

À medida que o jogo se foi desenrolando, os quatro jogadores da frente foram tentando dar provas de que pretendiam constituir um ataque fluído, ao passo que o meio-campo portista foi logrando acertar as marcações e, acima de tudo, os tempos de ataque às movimentações adversárias. Ainda assim, a notória falta de agressividade (confiança?) nas bolas paradas surgiu novamente, com mais uma ocasião a favor da equipa de Leste, aos 32'.

O segundo tempo trouxe consigo um jogo mais partido. Ao cansaço físico evidente dos ucranianos juntava-se uma patente ansiedade por parte dos dragões, que teimavam em fazer tudo demasiado rapidamente, com algumas más decisões em contra-atque, com evidentes repercussões na transição ataque-defesa. Com o receio de perder o jogo, os portistas viam frequentemente Hulk desapoiado na frente, tentando fazer tudo sozinho, mesmo quando tinha colegas a seu lado - ainda assim, pouco dinâmicos, aparentemente receosos e demasiado agarrados à condução da bola.

Foi assim sem grandes desenvolvimentos que chegámos ao minuto 70, em que Hulk criou mais uma boa oportunidade para marcar, a passe de Defour - um momento que viria a virar definitivamente o jogo. 2 minutos depois, o Shakhtar atirou uma bola ao poste (depois de duas enormíssimas defesas de Helton) e o FC Porto pareceu perceber de uma vez por todas que tinha condições para ir atrás do jogo. Com a entrada de Cristian Rodríguez para o lugar de James, a equipa pareceu ficar contagiada com a entrada do suplente e quis tirar todo o proveito do seu jogo e do empate entre Apoel e Zenit.

Dessa forma, e aproveitando a cada vez maior falta de frescura física e desposicionamento defensivo do seu oponente, Hulk fez o primeiro golo aos 79', no seguimento de um excelente passe de João Moutinho, parecendo dar a machadada final no jogo. Depois do golo, a equipa transfigurou-se, como que finalmente liberta das amarras que a vinham detendo de há algumas semanas a esta parte. O segundo golo surgiu mesmo ao cair do pano, depois de um remate extraviado de Maicon e uma tentativa falhada de Rat, o lateral-esquerdo do onze ucraniano, de aliviar a bola.

No final do jogo, foi perceptível o alívio no rosto dos jogadores, técnicos e dirigentes portistas, que, desta forma, asseguram desde já a presença na Liga Europa e acalentam a hipótese de discutir na última jornada o apuramento com o Zenit, no Dragão. Restará saber se as melhorias são circunstanciais (não nos esqueçamos da vitória no terreno da Académica numa situação igualmente periclitante) ou estruturantes.



DECLARAÇÕES

Vítor Pereira
“Foi, fundamentalmente, um Porto consistente, a saber exactamente aquilo que pretendia. Depois, o talento dos jogadores fez o resto. A qualidade e a capacidade de explosão do Hulk tanto dá para jogar nas alas como no meio, e nós sentimos que era estrategicamente importante termos um jogador rápido e explosivo entre os centrais adversários. Às vezes, é preciso bater no fundo para nos levantarmos, e as equipas e os homens vêem-se pela capacidade que têm de se levantar depois da queda. O jogo com a Académica é assunto enterrado, mas é para recordar e não repetir. Foi isso mesmo que os jogadores quiseram transmitir aqui. Continuamos dentro dos nossos objectivos e teremos a oportunidade de discutir o apuramento com o Zenit, em casa. Vamos agora preparar bem o jogo com o Braga, que também é fundamental para nós.”

Hulk
“Foi um jogo bastante complicado para todos os jogadores. Sabíamos que podíamos sair daqui com um resultado positivo, se entrássemos concentrados como entrámos. Os três pontos são consequência disso. Fomos guerreiros do princípio ao fim. O mister optou por este onze, mas sabia que também podia contar com quem estava no banco. Estamos a dar o máximo e esta é a nossa resposta. Agora só dependemos de nós para passarmos aos oitavos-de-final, mas não podemos esquecer de manter os pés no chão e a humildade, e conseguir os três pontos já frente ao Braga, para o campeonato, para depois podermos pensar na Liga dos Campeões e conseguirmos a vitória que falta para seguirmos em frente.”

Helton
“Graças a Deus, pude ajudar a equipa naquele lance, reagi rapidamente. Temos o hábito de encarar todos os jogos como sendo o mais importante. Se queremos estar na frente, os jogos são sempre finais para nós e, para termos êxito, temos que os encarar com a entrega que revelámos hoje.”



RESUMO DO JOGO


Viewing all articles
Browse latest Browse all 7187