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Ainda na ressaca de um fim-de-semana regado de muita poncha, eis senão quando uma das capas da semana passada do jornal oficial da carneirada quase me obrigou a abrir mais uma garrafa de champanhe: “Quem chega ao topo, não quer andar para trás”. Afinal, eles já se renderam às evidências e à nossa superioridade. Nós passamos a ser, pelos vistos, mais do que uma miragem, donos de um lugar, pelos vistos, inatingível, porque agora o topo já não é o primeiro lugar, é o segundo.
Porque sempre me ensinaram que “topo” é sinónimo de posição cimeira que numa tabela corresponde ao primeiro lugar, fui socorrer-me do dicionário para dissipar aquilo que antes era uma certeza e que um tipo que não terá mais do que a quarta classe, ainda por cima mal feita, conseguiu que se transformasse em dúvida.
O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa diz-nos, em primeiro lugar, que “topo” provém do “francês antigo top, tufo de cabelos no alto da cabeça” – a imagem tornou-se-me logo familiar… Diz-nos ainda que “topo” significa: “1. A parte mais alta = cimo, cume”; “2. Remate, ponta, extremidade”; e “3. Grau mais elevado que se pode alcançar”. Agora sim, percebo. Ele tem razão, senão vejamos: um clube que nos últimos 30 anos do futebol português festejou 19 vezes o campeonato, levantou 12 Taças de Portugal, 17 Supertaças e sete troféus internacionais só pode estar num lugar sagrado, quase que no Olimpo ao pé dos deuses. E assim se explica que Jesus esteja no topo, porque o topo, para eles, é o segundo lugar, dali para cima eles não podem mais do que sonhar. A história não deixa mentir.
Estranho é que quem chegue a esta conclusão seja alguém que ali está há uns míseros três anos. Provavelmente, terá conseguido com a ajuda do gabinete de inteligência (é isso para que serve uma coisa dessas, não é?) cujo responsável foi escorraçado de Carnide depois de ter dito que o amigo Jesus podia ultrapassar o topo e chegar ao Olimpo… E por isso também se explica o timing e a pertinência daquela “entrevista” a um treinador que em três anos ganhou um campeonato e que naquela semana confirmava mais uma derrota em toda a linha. Ele não tinha necessidade de falar, nem sequer lhe dava muito jeito nesta altura, mas foi obrigado a respeitar as ordens de quem lhe paga, e bem, para desmentir um boato que tantas vezes repetido corria o risco de se tornar verdade.
Ele, Jesus, bem queria (digo eu até que “dava o rabo e dez tostões”…) vir treinar para aqui. Eles até queriam despachá-lo para todo e qualquer o lado – menos para aqui, onde corriam o risco de o ver ganhar muito mais do que a taça da cerveja. Mas estão de mãos e pés atados, ironicamente graças a nós. Aquela soberba proposta de contrato com sotaque do Norte com que há dois anos Jesus foi aliciado, obrigou-os a cometer uma loucura ao ponto de serem obrigados a meterem-lhe no bolso sete milhões de euros caso queiram despedi-lo. Jogada de mestre, portanto.
A aversão que os sócios do FC Porto ganharam nos últimos três anos àquela figura muito dificilmente permitiria que ele pudesse ser o treinador para a próxima época. Com aquela entrevista, as portas daqui fecharam-se, pelo menos, num futuro próximo. Graças a Deus estamos livres de Jesus.
Porque sempre me ensinaram que “topo” é sinónimo de posição cimeira que numa tabela corresponde ao primeiro lugar, fui socorrer-me do dicionário para dissipar aquilo que antes era uma certeza e que um tipo que não terá mais do que a quarta classe, ainda por cima mal feita, conseguiu que se transformasse em dúvida.
O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa diz-nos, em primeiro lugar, que “topo” provém do “francês antigo top, tufo de cabelos no alto da cabeça” – a imagem tornou-se-me logo familiar… Diz-nos ainda que “topo” significa: “1. A parte mais alta = cimo, cume”; “2. Remate, ponta, extremidade”; e “3. Grau mais elevado que se pode alcançar”. Agora sim, percebo. Ele tem razão, senão vejamos: um clube que nos últimos 30 anos do futebol português festejou 19 vezes o campeonato, levantou 12 Taças de Portugal, 17 Supertaças e sete troféus internacionais só pode estar num lugar sagrado, quase que no Olimpo ao pé dos deuses. E assim se explica que Jesus esteja no topo, porque o topo, para eles, é o segundo lugar, dali para cima eles não podem mais do que sonhar. A história não deixa mentir.

Ele, Jesus, bem queria (digo eu até que “dava o rabo e dez tostões”…) vir treinar para aqui. Eles até queriam despachá-lo para todo e qualquer o lado – menos para aqui, onde corriam o risco de o ver ganhar muito mais do que a taça da cerveja. Mas estão de mãos e pés atados, ironicamente graças a nós. Aquela soberba proposta de contrato com sotaque do Norte com que há dois anos Jesus foi aliciado, obrigou-os a cometer uma loucura ao ponto de serem obrigados a meterem-lhe no bolso sete milhões de euros caso queiram despedi-lo. Jogada de mestre, portanto.
A aversão que os sócios do FC Porto ganharam nos últimos três anos àquela figura muito dificilmente permitiria que ele pudesse ser o treinador para a próxima época. Com aquela entrevista, as portas daqui fecharam-se, pelo menos, num futuro próximo. Graças a Deus estamos livres de Jesus.