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A vergonha da Ucrânia

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1. Quem me conhece sabe bem que tenho dois amores; que além do FC Porto há um outro universo em que me movo e que absorve muito do meu tempo, da minha energia e do meu coração. Esse outro universo é a causa animal. Não venho para aqui doutrinar-vos sobre o tema nem expor argumentos. Sei que este espaço não é para isso e não misturo as coisas (quem estiver interessado sabe que o Google é um mundo, e se quiser está à vontade para falar directamente comigo sobre o assunto, escrevendo para o email do blog). Mas hoje vou abrir uma excepção para um caso específico que tem comovido o mundo e que está relacionado com o futebol.

Como muitos provavelmente já saberão, os preparativos da Ucrânia para o Euro2012 envolveram acções de cosmética das cidades anfitriãs, o que em si mesmo nada teria de estranho ou errado. O problema é que os cães e gatos errantes dessas cidades foram considerados parte desse lixo urbano a eliminar, tendo sido colocada em prática uma política de exterminação massiva desses animais, que foram envenenados, mortos a tiro, incinerados e queimados vivos até às vésperas do Europeu. Não se deram sequer ao trabalho de recorrer a formas de eutanásia indolores. Foram dezenas, quiçá centenas, de milhares de animais mortos. As fotos são chocantes; não as vou colocar aqui mas quem quiser ver algumas pode ir por exemplo aqui ou aqui.

Se a quantidade de animais de rua é um problema, construam-se abrigos e canis e aposte-se numa política de esterilização, solução com resultados mais do que comprovados nos países mais desenvolvidos do mundo. Chacinar os animais nunca pode ser solução, até mesmo porque o problema da superpopulação de animais domésticos resulta da irresponsabilidade humana, pela qual os animais não deviam ter de pagar.

A matança já é pública, embora não tenha recebido grande atenção dos media, há mais de um ano. As pessoas ligadas à causa tentaram fazer o que estava ao seu alcance: escreveram para a UEFA, para o governo ucraniano, assinaram petições, organizaram protestos nas ruas. Alguns adeptos italianos manifestaram-se no estádio - em baixo o Inter em jogo da Liga dos Campeões, e sei que pelo menos a Lazio e o Génova também o fizeram. É óbvio que nada disso surtiu efeito. A UEFA chegou a pronunciar-se, chegou mesmo a doar dinheiro para ajudar a solucionar o problema, mas nada mudou. Só agora, com o Europeu a começar, se deu um pouco mais de atenção ao assunto, que tem circulado nas redes sociais e chegou mesmo a vários dos media convencionais. Para os animais mortos já é tarde, mas é importante que a comunidade do futebol se erga em inequívoca condenação da Ucrânia e da sua vergonhosa postura.

É por isso que estou a escrever hoje sobre este assunto. Porque, como disse alguém na legenda de uma foto que tem circulado nos últimos dias no Facebook, adoro futebol mas este massacre não é em meu nome! A Ucrânia manchou de sangue aquilo que devia ser uma festa, uma celebração internacional de um desporto que todos adoramos. Quero ver os adeptos a assumir isso, mas quero sobretudo ouvir quem tem tempo de antena, quem tem um microfone à frente e milhões de ouvidos a escutá-lo, a condenar publicamente esta crueldade desmedida e anacrónica. Quero ouvir os jogadores e treinadores da nossa Selecção a dizer isso, como outros, nomeadamente da selecção alemã, já fizeram. Quero ver os jornalistas a denunciá-lo nos jornais, nas rádios, nas televisões. Quero ver as altas instâncias do futebol a colocar um "mas", um asterisco bem grande e visível no balanço deste Euro 2012. Para que nunca se repita!

2. O Lucho e o Antas já aqui discutiram o jogo de hóquei do fim-de-semana passado, e, como concordo com as posições expressadas por ambos (sobre o jogo em si e toda a envolvência, incluindo mais uma proibição dos nossos adeptos se deslocarem ao pavilhão), vou-me abster de comentar. Pessoalmente, não acredito em milagres, mas uma coisa vos digo: independentemente do resultado em Almeirim, no Sábado prestarei tributo aos meus heróis. Esta equipa vale muito, passou por muito, e não merece senão o nosso aplauso e gratidão. E se este ciclo acabar... para o ano começamos outro. Mas nada belisca o meu orgulho nesta equipa e na garra e respeito com que envergam a nossa sagrada camisola.

3. Costa Soares é daqueles nomes que marcaram a minha infância Portista. O extraordinário legado que nos deixa perdurará no nosso clube e nas nossas vitórias ao longo de gerações e gerações! Os meus sentimentos à família e amigos.

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