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Todos os anos acaba por acontecer o mesmo… Chegam uns, partem outros, o nosso modelo de negócio assim o “exige”.
De Cubillas, Oliveira e Gomes, passando por Futre, Rui Barros, Fernando Couto, Kostadinov, Zahovic, Domingos, Sérgio Conceição, Ricardo Carvalho, Deco, Pepe, Anderson, Lisandro, Falcao, Hulk a Moutinho e James entre muitos outros, inúmeros negócios foram acontecendo nas últimas décadas, também reflexos do enorme sucesso desportivo que temos vivido. Uns mais naturais, outros menos e mesmo confiando na nossa já clássica capacidade de regeneração, devo admitir que por algumas vezes senti um certo “amargo de boca” com alguns negócios, por esta ou aquela razão.
Neste meu texto e aproveitando o facto de estarmos em plena fase de ebulição do mercado, vou recordar as 4 transferências que mais me marcaram desde que comecei a acompanhar o FC Porto, um percurso que começou no já distante ano de 1990.

Incompreensível em 2004, incompreensível em 2013… Sem desprimor para o Postiga, na altura ainda visto como um jogador muito promissor, “oferecer” o Pedro Mendes, que tinha apenas 1 ano de FC Porto, que parecia ter ainda muito para dar e que subiu a pulso assumindo-se como titular do campeão europeu… Mais ainda para trazer de volta um ponta de lança para juntar a Derlei, Benni McCarthy, Luis Fabiano ou ainda Jankauskas e mesmo Hugo Almeida, foi algo muito estranho e sinónimo de uma certa anarquia que se veio a confirmar, com os maus resultados que todos conhecemos.

Uma novela de verão recorrente nos anos de ouro do Super Mário nas Antas era a sua possível transferência. Adiada até 2000, a sua saída acabou por acontecer para o então vencedor da Taça UEFA, o Galatasaray, a troco de bons números para a época, cerca de 16 Milhões de Euros.
Apesar de esperada, a sua saída colocou algumas dúvidas na capacidade de rápida reinvenção de uma equipa que se dizia “Jardeldependente” e que de facto vivia para “servir” um dos melhores goleadores da nossa história. Vindos de um Hexa falhado por erros próprios, má fortuna com lesões e o desgaste de uma Liga dos Campeões com 2 fases de grupos e uns Quartos-de-final de má memória, a venda do abono de família colocou-nos numa situação de alguma fragilidade e acabou por ser mesmo uma saída marcante numa das fases mais complicadas em termos de resultados na era Pinto da Costa. Acabamos por nos “endireitar” em 2002, no entanto a saída do Jardel terá sido aquela que mais dificuldades criou, até pelas características únicas do brasileiro.

Foi talvez a mais inesperada… Depois de notícias de renovação, com compra de nova casa no Porto à mistura, a proposta do Marselha veio “roubar” um dos símbolos do 2º tetra da nossa história, provavelmente o maior de todos eles.
Mal chegou ao FC Porto em 2005 notou-se no argentino que era um jogador claramente acima da média, naquele jeito muito especial de jogar à bola com classe e inteligência, algo que se mantêm nos dias de hoje. Em poucos meses mostrou também ser um Homem com vontade de abraçar verdadeiramente o espírito do Dragão e não foi grande surpresa que fosse escolhido para envergar a braçadeira de capitão pouco tempo depois de aterrar no Dragão.
Em 2009 pairava no ar a ideia de que dificilmente Lucho partiria, que era um caso à parte... Infelizmente tal não era verdade e durante 2 anos e meio o argentino passeou a sua classe no campeonato francês, até ao seu regresso a casa. Em muito boa hora, diga-se de passagem!

Mais do que o enorme guarda-redes, mais do que o grande símbolo dos Dragões pós geração de Viena, esta transferência foi uma dor de alma para mim porque saiu do FC Porto o meu ídolo! Ok, era o todo-poderoso Barcelona mais as suas pesetas, tornou-se o keeper mais caro do Mundo e estava no último ano de contrato… Mas porra, como se substitui um ídolo?! Como seria o FC Porto sem o Vítor Baía com o número 1, a defender as nossas redes?
Foi o meu primeiro grande choque e a primeira grande lição… Não há nenhum jogador que se sobreponha ao Clube e, como dizia à entrada do departamento de futebol nas Antas, “Os homens passam o clube fica”. Mais do que “ficar”, o Clube tem continuado a ganhar mesmo perdendo ano após ano jogadores de classe mundial e isso tem sido a nossa maior força, a de não ficar eternamente agarrados aos “Eusébios”.
E quanto ao Baía todos sabemos a história. Foi, voltou e mesmo com grandes problemas com lesões ainda conseguiu recuperar a “velha” forma e ajudou a ganhar muita coisa.
E pronto, aqui ficaram as minhas escolhas dos momentos mais marcantes do “mercado das tormentas”. Sendo algo pessoal e até mesmo emocional, gostava de vos lançar o desafio para fazerem as vossas próprias escolhas e partilharem as transferências que mais vos marcaram enquanto adeptos do FC Porto!
Continuação de boa semana!