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Capítulo 3: 1921 a 1930 – Primeiro clube a conquistar títulos de âmbito nacional (Parte IX)

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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto


Capítulo 3: 1921 a 1930 – Primeiro clube a conquistar títulos de âmbito nacional (Parte IX)

Época 1925-1926

1 Jan.1926 – Muito antes das provas da UEFA, jogo em Lisboa, com o campeão da Suécia
Uma fase do encontro FC Porto-Helsingborg, no antigo Campo Grande. O campeão da Suécia ganhou por 4-3, com um golo marcado no último minuto.

5 Abr.1926 – Vitória retumbante sobre o campeão bávaro!

O FC Porto lograva resultados brilhantes a nível internacional. Depois do excelente jogo com o Helsingborg, a coroa de glória alcançar-se-ia a 5 de Abril ante o Verein Razenspiele Furth, campeão da Baviera, que em Lisboa tinha ganho todos os jogos disputados, sucumbindo no Campo do Covelo, no Porto, por 2-3. A façanha tomou contornos épicos!

O jogo com o Furth e a metáfora da Guerra
Eis a deliciosa crónica de “Os Ecos dos Sports”, em jeito de metáfora da Guerra: “Com uma assistência boa e um tempo esplêndido, travou-se uma verdadeira batalha de pontapés à bola entre Aliados, como na Grande Guerra de má memória, e autênticos, genuínos, boches. Juntaram-se no campo, que sem dúvida serviu de batalha, nada menos do que checos (Siska), ingleses (Hall), brasileiros (Gama) e portugueses (nós ...), com o encargo de vencerem o Furth, e conseguiram-no. O Furth, grupo de aparência esplêndida, pôde fazer-se aplaudir com alma. Numa marcha olímpica, rítmica, avançou aos dois lados do campo e cumprimentou respeitosamente a multidão. Logo ficou de boas simpatias. Somente não se podia esperar que lhe desejasse a vitória ali, onde ia pelejar, tal como quando se batia contra nós, por outros princípios e por outros meios... Vinham precedidos de um reclame imenso, toda a gente aguardava outro trabalho do seu conjunto, da sua técnica apregoada. Com boa vontade não se lhe pode reconhecer maior valia do que ao seu adversário — e por isso custaria que o campeão de Portugal se deixasse subjugar por eles. Marcaram dois pontos, nós três. Nós tivemos, ainda desta vez, a supremacia sobre os alemães. Resta-nos saber se, como na Grande Guerra, eles é que vieram a lucrar. Não sabemos das condições financeiras — mas oxalá que os organizadores desta prova hajam sido mais felizes do que... os outros — da outra”.

Campeões Regionais apurados para o Campeonato de Portugal:
Sport Clube Vianense (VIANA DO CASTELO)
Sporting Clube de Braga (BRAGA)
Futebol Clube do Porto (PORTO)
Sport Clube de Vila Real (VILA REAL)
Sporting Clube de Espinho (AVEIRO)
Clube Futebol União de Coimbra (COIMBRA)
Clube Futebol Os Belenenses (LISBOA)
Sport Grupo Scalabitano Os Leões (SANTARÉM)
Sport Clube Estrela (PORTALEGRE)
Luso Sporting Club (BEJA)
Sporting Club Olhanense (ALGARVE)
Club Sport Marítimo (FUNCHAL)

1.ª eliminatória

FC PORTO – VILA REAL, 10-0
9-5-1926, Porto (Campo do Covelo)
Marcadores: Norman Hall (8 golos), Balbino da Silva (2 golos)
FC Porto – Treinador: Akos Teszler (húngaro)
Miguel Siska; Pedro Temudo e Júlio Cardoso; Coelho da Costa, Gama Lobo e Flávio Laranjeira; Álvaro Sequeira, Augusto Freire, Balbino da Silva, Norman Hall (cap.) e Oliveira.
Vila Real – Treinador: ...
Álvaro; Silva e Nascimento; Aranha, Militão e Nunes; Victor, Figueiredo, Américo, J. Alonso e Lelo.

2.ª eliminatória

FC PORTO – SP. BRAGA, 3-0
16-5-1926, Porto (Campo do Covelo)
Árbitro: Ilídio Nogueira (Lisboa)
Marcadores: 1-0 Norman Hall, 2-0 Balbino da Silva, 3-0 Balbino da Silva.
FC Porto – Treinador: Akos Teszler (húngaro)
Miguel Siska; Júlio Cardoso e Pedro Temudo; Coelho da Costa, Gama Lobo e Flávio Laranjeira; Sequeira, Augusto Freire, Balbino da Silva, Norman Hall e António Oliveira (Noise).
Sp. Braga – Treinador: ...
Morais; Augusto Romão e Aragão; Júlio Gonçalves, Alberto Augusto e José Pereira; José Rodrigues Chelas, Neca, Laureta, Jaime Gomes e Cruz.

Meia-Final

MARÍTIMO – FC PORTO, 7-1
23-5-1926, Lisboa (Campo Grande)
Árbitro: Ilídio Nogueira (Lisboa)
Marcadores: 0-1 Hall, 1-1 M. Ramos, 2-1 Alves, 3-1 Alves, 4-1 Camarão, 5-1 Alves, 6-1 M. Ramos, 7-1 Alves.
Marítimo – Treinador: Francisco Ekker (húngaro)
Ângelo Ortega Fernandes; António Sousa e José Correia; Domingos Vasconcelos cap, Francisco Lopes e José de Sousa; José Ramos, António Alves, António Teixeira “Camarão”, Manuel Ramos e José Fernandes.
FC Porto – Treinador: Akos Teszler (húngaro)
Miguel Siska; Júlio Cardoso e Pedro Temudo; Coelho da Costa, Gama Lobo e Flávio Laranjeira; Sequeira, Augusto Freire, Balbino da Silva, Norman Hall e António Oliveira (Noise).

Espanto e humilhação
O Marítimo surpreendeu e humilhou o FC Porto na meia-final no Campo Grande, em Lisboa. Ninguém esperava tal desfecho em face do que a equipa vinha produzindo sob o comando de Akos Teszler. O treinador húngaro, considerado um mágico do futebol, não conseguiu que a turma azul e branca se opusesse a uma estupenda e bem organizada equipa madeirense orientada pelo seu compatriota Ekker. Desiludidos, portistas houve que rasgaram cartões e exigiram reparo. Foi um grande abalo.
A crónica do “Ecos dos Sports” rezava assim: “Esta é a verdade: Siska não foi batido só pelo ataque do Marítimo, mas, sobretudo, pela sua própria defesa. Siska foi no grupo do Porto o único que jogou. Ele teve, na realidade, um trabalho extenuante, porque os avançados da Madeira atiraram ao goal quase quando e como quiseram. Assim desajudado qualquer guarda-redes sucumbiria. A arbitragem de Ilídio Nogueira foi, quanto a nós, muito acertada, não se perturbando ante as ruidosas manifestações do público de Lisboa que, a todo o transe, queria fouls contra o Porto”.

O Marítimo acabaria por ganhar o Campeonato de Portugal (2-0 ao Belenenses), numa final em que, aos 70 m, o árbitro deu por suspenso o jogo em virtude do jogador belenense Augusto Silva, expulso, se recusar a abandonar o campo.

Balbino da Silva (José Balbino da Silva, n. 23 Mar.1896 – m. ??), um bom interior-direito que também jogava à esquerda e no centro do ataque. De baixa estatura era robusto e ágil. Qualquer que fosse a sua posição de avançado, a mesma apetência e jeito especial para os golos.
• Por várias vezes marcou mais que um golo nas balizas dos adversários do FC Porto, clube que representou durante toda a década de 20 (século XX). Foi autor do primeiro golo na finalíssima da 1.ª edição do Campeonato de Portugal, em 1921-22, que o FC Porto ganhou ao Sporting, por 3-1.
• Envergou a camisola do FC Porto com garbo e dedicação e foi companheiro de muitas outras glórias do clube; na primeira metade dos anos 20: Lino Moreira, José Magalhães Bastos, José Ferreira da Silva, Floriano Pereira, Hamilton, Tavares Bastos, Joaquim Reis, Edward Bull, Velez Carneiro, Alexandre Cal e o grande "capitão" Norman Hall; na segunda, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Álvaro Pereira, Avelino Martins, Francisco Castro e o mítico Miguel Siska.
• Vestiu a camisola da Selecção Nacional, em 16 Dez.1923, em jogo disputado em Sevilha com a Espanha (0-3).
Carreira no FC Porto
1920-21 a 1929-30
Palmarés
2 Campeonatos de Portugal (1921-22 e 1924-25)
10 Campeonatos do Porto (1920-21 a 1929-30)
  • No próximo post: Capítulo 3 (Continuação) – A regra que mudou o jogo; 1.º título nacional de atletismo; Afonso Freire Themudo, presidente; atletas do FC Porto nas Selecções Nacionais de Natação e Pólo Aquático; Campeonato de Portugal 1926-27; o tempo dos "roubos de igreja" pelos árbitros do Sul; Acta falsificada e o despotismo da capital a manifestar-se… já!; Fridolf Resberg.

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