http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

Nascido a 10 de Julho de 1962, Jaime Fernandes Magalhães, viria a tornar-se o dono da camisola “7” do FC Porto que conseguiu o “TRI” internacional do clube (Taça dos Clubes Campeões Europeus, Taça Intercontinental e Supertaça Europeia).
Ingressou no FC Porto na época 1976/77 (camadas jovens), tendo a sua estreia no plantel sénior ocorrido 4 anos mais tarde no estádio do Bessa.
Depois dessa estreia, representou o FC Porto durante 15 épocas, nas quais “construiu” um palmarés invejável, 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus, 1 Taça Intercontinental, 1 Supertaça Europeia, 7 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal, 8 Supertaças, presença na final da antiga Taça das Taças e também no Mundial realizado no México 86.
Entretanto, é com enorme prazer que vos deixo a entrevista com Jaime Magalhães, agradecendo toda a sua disponibilidade, bem como a preciosa ajuda do Dragão Vila Pouca na elaboração da entrevista.
Ingressou no FC Porto na época 1976/77 (camadas jovens), tendo a sua estreia no plantel sénior ocorrido 4 anos mais tarde no estádio do Bessa.
Depois dessa estreia, representou o FC Porto durante 15 épocas, nas quais “construiu” um palmarés invejável, 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus, 1 Taça Intercontinental, 1 Supertaça Europeia, 7 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal, 8 Supertaças, presença na final da antiga Taça das Taças e também no Mundial realizado no México 86.
Entretanto, é com enorme prazer que vos deixo a entrevista com Jaime Magalhães, agradecendo toda a sua disponibilidade, bem como a preciosa ajuda do Dragão Vila Pouca na elaboração da entrevista.
- ENTREVISTA EXCLUSIVA com Jaime Magalhães
Ingressou nas camadas jovens do FC Porto na época 76/77. Quais as memórias que guarda da sua passagem pela formação do nosso clube?
As melhores possíveis porque desde o 1º treinador que tive que foi o Acácio Carneiro (antigo jogador), que me ensinou bastante, passando depois pelo Festas, Sr. Feliciano, começamos logo a vencer. E acho que todos os jogadores que entram no FC Porto é com o sentido de vencer, e foi isso que me aconteceu desde pequenino.

Como já foi há muito tempo, nem me lembro do resultado… Mas fiquei muito contente e acho que a partir daí foi o começo de uma grande época.
Chegou ao plantel sénior no início da temporada 80/81 em pleno “Verão quente”. Como viveu esses acontecimentos?
Tanto eu como a maioria dos jogadores que ficou no plantel tínhamos subido dos juniores e ficámos um pouco sem saber o que se passava porque não percebíamos o que estava a acontecer. Foi um pouco confuso porque entraram e saíram muitos jogadores e nós acabámos por ficar no plantel do FC Porto, e a partir daí foram quase 20 anos.
Acredito que o dia mais feliz da sua carreira tenha sido o dia da final da Taça dos Clubes Campeões Europeus frente ao Bayern de Munique no Prater. Que memórias lhe traz essa inesquecível noite de 27 de Maio de 1987 em Viena?
Os melhores dias foram sempre as vitórias. Agora claro que a mais saborosa e importante foi a Taça dos Campeões Europeus. E depois a Intercontinental em Tóquio e a Supertaça Europeia, foram as 3 mais importantes da minha carreira.
Como foi regressar a Viena em Dezembro último juntamente com os seus antigos companheiros e equipa técnica?
Foi o recordar de muitas peripécias que tivemos entre nós, reviver aquilo tudo passados estes anos todos foi muito bom, estar com companheiros com quem já não estava à muito tempo. Espero que haja mais ocasiões e que o FC Porto esteja na final da Liga Europa para nós voltarmos a estar todos juntos que foi uma promessa do Presidente. Espero que o FC Porto esteja em Dublin para termos a oportunidade de voltarmos a estar todos juntos. Seria óptimo!
Tendo as conquistas internacionais sido as maiores alegrias, quais os piores momentos que viveu com a camisola do Porto?
Um dos piores momentos foi em 84 quando perdemos com a Juventus. Na altura o Porto não era muito conhecido internacionalmente e perdemos com a Juventus que tinha uma equipa espectacular, com Platini, Paolo Rossi, etc. Mas quem viu e se lembra desse jogo, começamos o jogo com 11 portugueses, recorda-se que fizemos um jogo espectacular e não merecíamos perder, mas com um “cheirinho” do árbitro acabámos por perder. Acho que foi o mais marcante.

Sim. Houve interesse de várias equipas, mas mais a equipa italiana. Acho que era para ser o 1º jogador português a ir para Itália, mas depois não houve acordo e acabei por não sair. Mas o meu objectivo de sempre era ficar no Porto e foi isso que aconteceu, porque sempre sofri pelo Porto, nasci no Porto, acho mesmo que fui o jogador que nasceu mais perto do estádio das Antas e ainda continuo a viver lá, e claro que essas coisas não fogem assim de repente e era impensável ir para outro clube que não fosse o meu Porto.
Considera que o golo que marcou no estádio da Luz na época 87/88 foi o melhor da sua carreira?
Foi um dos melhores, sem dúvida. E também teve uma importância acrescida pela massa associativa que o FC Porto levou nessa altura ao estádio da Luz. Acho que metade do estádio era portista! Estavam 120.000 pessoas, era impressionante, e quando marquei olhei à minha volta e vi tanta gente azul e branca que pensei que estava a jogar nas Antas. Foi pena depois no fim, o Benfica ter empatado mais uma vez. Têm uma sorte a acabar os jogos… Acabam sempre por empatar ou ganhar, enfim… Mas foi dos jogos mais marcantes.
Como era formar dupla com João Pinto na ala direita do FC Porto? O capitão chateava-o muito?
Todos nos chateávamos uns aos outros que era para não adormecermos. Quando um adormecia, o outro acabava por nos acordar. Há jogos em que as coisas não nos saem bem e havia uma entreajuda muito grande entre todos.
Qual o melhor jogador com quem teve a oportunidade de jogar?
É difícil porque houveram tantos… Houve um, que foi o Maradona, contra quem joguei na despedida em Sevilha e que era um espectáculo! Eu nem lhe conseguia tirar a bola, nem chegava à beira dela, era tão lindo vê-lo jogar! Como parceiro de equipa, um dos mais sobredotados foi o Madjer, era igual tanto com o pé esquerdo como com o direito, e nos treinos perguntava-me se queria que marcasse com o esquerdo ou com o direito. Eu pedia-lhe para marcar de trivela e ele de trivela meti-a no ângulo. Era espectacular!

Nos seniores foi sem dúvida o Senhor Pedroto. Na altura em que estava para ir para a tropa, ele teve uma conversa comigo e, nunca mais me esqueci, pediu-me para me “safar” da tropa até à 6ª feira seguinte. Andei de um lado para o outro no Porto com um director do clube e safei-me da tropa, o que foi uma sorte porque senão não teria feito a carreira que fiz.
O que representa o FC Porto na sua vida?
Tudo! Foi sempre a minha 2ª casa e as pessoas quando passam por mim reconhecem sempre essa ligação ao clube. E irei ser do FC Porto até morrer.
Que significado teve para si ter vestido as cores da selecção nacional?
Todos os jogadores estão sempre à espera de uma oportunidade para ir à selecção, e no meu caso ter tido a oportunidade de vestir a camisola da selecção nacional e representar o nosso país foi um grande orgulho.
Para finalizar, gostaríamos que deixasse uma mensagem aos nossos leitores.
Tudo o que disse foi do coração, sincero, verdade. Espero que gostem da entrevista e da carreira que fiz no clube. Fui um jogador razoável, que ganhou algumas coisas, ganhei alguns campeonatos, o que não é fácil, algumas taças de Portugal, aqueles títuluzitos que os do sul não dão valor, e espero que o FC Porto continue na senda das vitórias porque é isso que também me faz viver e andar sempre contente no dia-a-dia. Gosto de chegar aos sítios onde estão os jornais e ver a minha equipa num quadradinho pequenino, mas que é importante. Não interessa o outro que está todo a vermelho, porque o que está a pequenino é que ganha sempre, e é isso que me interessa e é muito importante para a minha vida.